Álvaro Cunhal, falecido em Junho de 2005, permanece na nossa memória e nos nossos ideais!
Por essa razão, recordamos o importante poema de Pablo Neruda escrito quando o dirigente do PCP estava encarcerado no Forte de Peniche. O poema foi publicado num folheto das Edições Avante, "Contribuições à luta pela libertação de Álvaro Cunhal", e que incluía ainda um apelo de Jorge Amado à libertação do valoroso militante antifascista.
Por essa razão, recordamos o importante poema de Pablo Neruda escrito quando o dirigente do PCP estava encarcerado no Forte de Peniche. O poema foi publicado num folheto das Edições Avante, "Contribuições à luta pela libertação de Álvaro Cunhal", e que incluía ainda um apelo de Jorge Amado à libertação do valoroso militante antifascista.
Quando desembarcas
em Lisboa,
Céu celeste e rosa,
estuque branco e ouro
pétalas de ladrilho
as casas,
as portas,
os tectos,
as janelas
salpicadas do ouro verde dos limões,
do azul ultramarino dos navios,
quando desembarcas
não conheces,
não sabes que por detrás das janelas
escuta
ronda
a polícia negra,
os carcereiros de luto
de Salazar, perfeitos
filhos de sacristia e calabouço
despachando presos para as ilhas,
condenando ao silêncio
pululando
como esquadrões de sombras
sob janelas verdes,
entre montes azuis,
a polícia,
sob outonais cornucópias,
a polícia
procurando portugueses,
escavando o solo,
destinando os homens à sombra.
Pablo Neruda, A Lâmpada Marinha
2 comentários:
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam muitos dias, e são muito bons;
Há homens que lutam muitos anos, e são melhores;
Mas há os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis!
Bertold Brecht
Sim, Cunhal permanece na nossa memória e nos nossos corações.
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