Nunca como agora se falou de convergências à esquerda para as eleições autárquicas em Lisboa. Este apelo, desesperado, serve apenas para elevar o ego de Santana Lopes, que vê toda a esquerda a pedir uma união em volta da candidatura do PS. Por causa deste assunto, muita tinta correu ao redor da aceitação do cargo de mandatário da candidatura do PS, por parte de Carlos do Carmo. Chama-se a atenção para o facto de o fadista, que sempre apoiara o PCP, estar desta vez a apoiar a candidatura de António Costa. Só assim pensa quem olha para a intelectualidade de uma pessoa como propriedade de um partido e não pertença pessoal! Carlos do Carmo está no direito de apoiar o candidato que entender, podendo-se apenas discutir a oportunidade e as razões da sua mudança de opinião.
Mais recentemente, Helena Roseta, avalizada por Manuel Alegre, resolveu dar uma ajuda à vitória do PS nas eleições autárquicas. Foi assim que A. Costa o afirmou! Reconheça-se que esta frase de A. Costa não ajuda aos apelos a coligações, ainda que elas fossem possíveis. Isto porque nas Coligações não se ajuda à vitória de apenas um Partido, ainda que ele mais contribua para essa conquista, mas sim à vitória de um projecto comum com cedências de parte a parte.
Depois de toda esta conversa, muitos já acreditam num final óbvio, no entanto, na minha opinião a CDU devia ter encetado negociações para uma coligação eleitoral em Lisboa. Sei que o argumento da maioria dos camaradas de Partido prende-se com o facto de se estar a fazer uma campanha para as legislativas contra as políticas do PS e uma outra, muito próxima da anterior, a favor de uma coligação com o PS. Não vejo nisso um impedimento e se não se queria uma conotação com Sócrates, a solução passaria pela proposta de afastamento dos líderes partidários da campanha autárquica em Lisboa. Não vejo grande diferença entre A. Costa e Jorge Sampaio ou João Soares, com os quais a CDU já se candidatara coligada, nem tão pouco vejo grande diferença nas políticas do PS de agora com as do passado. Estas coligações trouxeram mais-valias à cidade e foram experiências de sucesso, deixando também a CDU, através delas, uma marca na história da cidade. Seria sempre uma candidatura por um projecto comum e não por um projecto do PS.
2 comentários:
Pois, o Camané também lá estava na apresentação, é um reconhecido apoiante do BE e ninguém referiu isso!! POrque será!?
"Enxoval que não vai com a noiva nunca mais é casamento»!
Carlos do Carmo, e até mesmo Saramago,seguramente, não alcançam toda complexidade que está subjacente a esta «campanha pró-Costa» onde o imediatismo oportunista conta mais...
Oh Abreu dá cá o meu...
Boa noite!
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