A maioria dos alemães de Leste continua a preferir o regime socialista da RDA à nova ordem capitalista instaurada a partir de 9 de Novembro de 1989, com a simbólica demolição do muro de Berlim. Segundo uma sondagem do Instituto Emnid, publicada na sexta-feira, 26, no jornal Berliner Zeitung, a maioria dos inquiridos considera que a antiga República Democrática Alemã (RDA) tinha «mais aspectos positivos que negativos».Num universo de 1208 pessoas, 49 por cento dos inquiridos no Leste do país responderam que «havia alguns problemas, mas globalmente vivíamos bem». Se juntarmos os oito por cento que responderam que «na RDA havia sobretudo aspectos positivos e que vivíamos felizes e melhor do que na Alemanha reunificada de hoje», concluímos que, passados 20 anos de anexação, 57 por cento da população da ex-RDA continua a defender o socialismo.O governo alemão tentou desvalorizar as conclusões da sondagem, dando a entender que tudo se resume a um problema de informação. Wolfgang Tiefensee, delegado do governo federal para a reconstrução do Leste alemão, afirmou que os resultados «provam que tem de se continuar a falar sobre a história da RDA».Tiefensee propôs então que as escolas falem mais do quotidiano que existia na Alemanha de Leste e da chamada «revolução pacífica» de 1989/1990. Por outras palavras, este responsável considera que é preciso insistir na propaganda para se poder apagar a memória de um povo. Talvez tenha razão, mas será preciso esperar mais algum tempo, pelo menos enquanto se mantiverem as actuais condições de vida que não resistem a uma mera comparação com as existentes há 20 anos.De facto, a «modernização» capitalista da RDA redundou numa das maiores taxas de desemprego da Europa (13,2%), quase o dobro da registada nos estados de Oeste. E com o agravamento da crise, a situação social não tende a melhorar.
Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.
sexta-feira, julho 10, 2009
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