Ao fim de quase 20 anos a mergulhar canções pop-rock na tradição folk, country e blues, Dave Matthews é, aos ouvidos de qualquer melómano, tão americano como o baseball ou o dólar. Mas foi em Joanesburgo, na África do Sul, que o líder democrático da Dave Matthews Band nasceu, há 42 anos. A profissão do pai, físico de formação e funcionário da IBM, obrigou-o a viajar por Inglaterra e pelos Estados Unidos, onde acabou por fixar-se, na juventude, passando os primeiros anos de "civil" a ganhar a vida como empregado de bar. "Nunca tive tanta motivação para servir uma boa bebida como tenho para dar um bom concerto. Quando era empregado de bar, a minha motivação era aniquilar as pessoas. Enchia bem os copos", recordou anos mais tarde, numa entrevista à revista Spin. Foi atrás do balcão que Dave Matthews encetou os primeiros contactos rumo à concretização de uma ambição que, apesar de sonhar com os Beatles "desde os cinco anos", nunca verbalizara: fazer da música o seu ganha-pão. Carter Beauford, baterista, e LeRoi Moore, saxofonista falecido no ano passado, foram os primeiros a juntar-se a este ensemble de baptismo involuntário. Terá sido LeRoi Moore que, certa vez, ao telefonar para um bar a marcar uma actuação, disse à voz do outro lado da linha que anotasse na agenda apenas o nome "Dave Matthews". O funcionário decidiu acrescentar a palavra "Band", longe de imaginar que acabara de inventar uma das marcas mais reconhecíveis e rentáveis da música feita na América, nas duas décadas que se seguiriam.
O palco foi, desde a primeira hora, o maior aliado da Dave Matthews Band, a cuja formação se juntariam o baixista Stefan Lessard e o violinista Boyd Tinsley. Mais de metade do primeiro álbum do grupo, Remember Two Things, de 1993, foi gravado ao vivo, espelhando a importância dos concertos no crescimento da banda. Apesar do estatuto absolutamente independente da Dave Matthews Band, Remember Two Things foi comprado por todos os estudantes universitários que, através de espectáculos ao vivo e da forte presença nas rádios das faculdades, o grupo tinha impressionado. Nos Estados Unidos, o disco chegou à platina e abriu o caminho para um percurso de vendas generosas, aclamação crítica e prémios Grammy - de 1994 a 1998, com os álbuns Under The Table and Dreaming, Crash e Before These Crowded Streets, a Dave Matthews Band escreveu muitas das suas melhores canções ("Ants Marching", "#41" "Don't Drink The Water"), firmando-se também como um grupo popular na Europa.
Numa entrevista recente, Dave Matthews admite que, nos anos que se seguiram a inspiração foi de diferente ordem: "Os primeiros três discos que fizemos tinham a energia de uma banda no seu momento mais saudável. Depois disso, parecia que nos juntávamos todos e éramos apenas os músicos a tocar naquele disco", explicou a um jornal de New Orleans, onde o novo Big Whiskey and the GrooGrux King foi gravado. Ironicamente, foi pouco antes da morte de LeRoi Moore, vítima de um acidente de motoquatro, que a velha energia do grupo de Charlottesville, na Virgínia, voltou a abençoá-los. "O momento em que voltámos a apaixonar-nos uns pelos outros em palco aconteceu no seu último ano. Não sei se era por lealdade ou por fé que acreditávamos que iria voltar... mas voltou quando o LeRoi ainda lá estava".
O palco foi, desde a primeira hora, o maior aliado da Dave Matthews Band, a cuja formação se juntariam o baixista Stefan Lessard e o violinista Boyd Tinsley. Mais de metade do primeiro álbum do grupo, Remember Two Things, de 1993, foi gravado ao vivo, espelhando a importância dos concertos no crescimento da banda. Apesar do estatuto absolutamente independente da Dave Matthews Band, Remember Two Things foi comprado por todos os estudantes universitários que, através de espectáculos ao vivo e da forte presença nas rádios das faculdades, o grupo tinha impressionado. Nos Estados Unidos, o disco chegou à platina e abriu o caminho para um percurso de vendas generosas, aclamação crítica e prémios Grammy - de 1994 a 1998, com os álbuns Under The Table and Dreaming, Crash e Before These Crowded Streets, a Dave Matthews Band escreveu muitas das suas melhores canções ("Ants Marching", "#41" "Don't Drink The Water"), firmando-se também como um grupo popular na Europa.
Numa entrevista recente, Dave Matthews admite que, nos anos que se seguiram a inspiração foi de diferente ordem: "Os primeiros três discos que fizemos tinham a energia de uma banda no seu momento mais saudável. Depois disso, parecia que nos juntávamos todos e éramos apenas os músicos a tocar naquele disco", explicou a um jornal de New Orleans, onde o novo Big Whiskey and the GrooGrux King foi gravado. Ironicamente, foi pouco antes da morte de LeRoi Moore, vítima de um acidente de motoquatro, que a velha energia do grupo de Charlottesville, na Virgínia, voltou a abençoá-los. "O momento em que voltámos a apaixonar-nos uns pelos outros em palco aconteceu no seu último ano. Não sei se era por lealdade ou por fé que acreditávamos que iria voltar... mas voltou quando o LeRoi ainda lá estava".
Texto de LIA PEREIRA in Blitz
Sem comentários:
Enviar um comentário