Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

domingo, maio 17, 2009

A emergência de uma nova “casta” política

Em todo o mundo capitalista desenvolve-se uma nova casta dominante de banqueiros, empresários e políticos, “velha” e absolutamente saudosa das relações sociais e laborais características do século XIX.

Paradoxalmente, essa casta, gosta de sublinhar a sua pretensa “modernidade” e tem vindo a instalar com relativo sucesso um quadro de pensamento único no Estado, nas empresas, nas universidades e nos meios de comunicação. Juram a pés juntos que não existe alternativa ao “seu” quadro político, jurídico, financeiro, económico e social!

No entanto, não deixa de ser curioso verificar a estupefacção com que os novos manipuladores do capital reagem perante as incertezas das bolsas e os rumos da economia internacional no curto e no médio prazo! Afinal, brincam a feiticeiros da finança e não dominam as suas premissas fundamentais!
Então, estabelecem o que é “novo” e o que é “velho” na ideologia, no governo, nas leis. O “novo” surge associado à desregulação das leis do trabalho, às manipulações financeiras, à extrema hierarquização da sociedade. Com eles “acabaram-se” os trabalhadores. Agora, há os “colaboradores” prontos a usar e a despachar!
Esta nova realidade política verifica-se num tempo que tem consigo algo que é absolutamente novo: pela primeira vez nas sociedades capitalistas tecnologicamente evoluídas alguns teóricos consideram que a “massa humana” já não é materialmente necessária, de um ponto de vista económico, nem utilitário.

Este é uma concepção perigosa e geradora de um tremendo retrocesso das conquistas sociais e laborais dos trabalhadores durante o século XX e que a legislação dos estados sociais do pós-guerra veio a confirmar e pressupõe um retrocesso a conceitos políticos anteriores às revoluções liberais dos séculos XVIII e XIX!

Assim, instalando-se uma nova relação de forças nas lutas sociais, a elite aristocrática que assume o poder exerce-o com uma violência arrogante inadmissível e sujeitam os cidadãos a uma espécie de punição social, que só a luta dos trabalhadores e a consciência social e política dos cidadãos será capaz de deter.

alfa

2 comentários:

Anónimo disse...

Em Portugal, o PS/Sócrates é o representante da nova aristocracia de exploradores.

alice disse...

Concordo com o comentário. Exprimo a minha concordância com um verso já com algum tempo:

Não há cova funda
que sepulte
- a rasa covardia.
Não há túmulo que oculte
os frutos da rebeldia.
(Affonso Romano de Sant’Anna)