Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

quinta-feira, março 17, 2005

Uma lição!

CHANCELER CUBANO ACLAMADO EM GENEBRA
Governo
de Bush tem medo do
exemplo cubano


GENEBRA (PL).— O chanceler cubano Felipe Pérez Roque afirmou que só mudando o mundo de raiz poderá ser possível criar uma Comissão de Direitos Humanos (CDH) sem selectividade, politização, chantagens, dúbia moral e hipocrisia.

Pérez Roque interveio no Segmento de Alto Nível do 61º período de sessões da CDH, onde o anúncio da sua locução foi precedido de uma ovação, algo inusual neste recinto da Assembleia das Nações onde decorre o fórum.

Disse que Cuba não considera uma quimera atingir tais metas, mas sim uma causa pela qual luta hoje e lutará futuramente.

«A Comissão de Direitos Humanos que hoje nos convoca é um reflexo do mundo injusto e desigual em que vivemos», realçou.

Augurou que Cuba não se cansará nem fará concessões, muito menos quanto às manobras que os EUA impõem para tentar condenar o governo cubano.

Referiu que a administração do presidente George W. Bush «tem medo do exemplo cubano».

«Somos um exemplo perigoso, símbolo de que somente numa sociedade justa e solidária, socialista, pode existir possibilidade de desfrute de todos os direitos para todos os cidadãos», afirmou Pérez Roque.

Nesse sentido, instou a CDH a achar uma execução extrajudicial, um desaparecido, um jornalista assassinado ou um preso torturado em Cuba.

Roque assinalou que Washington tem o propósito de converter de novo o seu vizinho caribenho «numa colónia», privatizar a saúde e a educação, e acabar com as riquezas nacionais, metas do chamado plano para a Assistência a uma Cuba Livre.

Afirmou que Havana não vai cooperar com a representante do Alto-comissário dessa dependência «nem com a espúria resolução que lhe dá origem».

Depois perguntou por que não se designa essa «prestigiosa jurista Representante Especial do Alto-comissário para a Base Naval de Guantánamo».

Também questionou a CDH por silenciar as violações que sofrem «Cinco valentes jovens cubanos, presos nos cárceres dos EUA e suas famílias», que cumprem longas e injustas penas por combaterem o terrorismo.

Denunciou a parcialidade da Comissão, onde a União Europeia se negou a co-patrocinar e votar a favor de um projecto de resolução para investigar torturas e vexames contra centenas de presos na base militar que o Pentágono ocupa em Guantánamo.

Também se referiu à conclusão do Grupo de Alto nível sobre as ameaças, desafios e mudança da ONU. No seu relatório, esse grupo reconhece que «a Comissão não pode ser crível se consideramos que aplica duas medidas diferentes quando se trata de questões dos direitos humanos», lembrou.

E questionou se os EUA e seus cúmplices seriam capazes então de exercer a autocrítica e se comprometerem com o Terceiro Mundo «para resgatar a CDH do descrédito e do confronto».

O discurso do chanceler cubano tinha provocado expectativas, particularmente entre as delegações de países em desenvolvimento e nas organizações não-governamentais credenciadas, a quem dedicaram a maior ovação escutada aqui depois de sua intervenção.

Pérez Roque proferiu dez vezes o nome os Estados Unidos, sem contar as referências ao presidente Bush. «Cuba é a voz de milhões que se mantêm em silêncio», comentou um africano membro de uma ONG’s.

Entretanto, a delegação estadunidense, que tinha abandonado seu lugar durante a intervenção de Roque, voltou de novo para escutar a intervenção de Itsunori Onodera, secretário parlamentar para os Assuntos Exteriores do Japão.


Fonte: www.granma.cu

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