Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.
segunda-feira, maio 30, 2005
sábado, maio 28, 2005
quarta-feira, maio 25, 2005
Parabéns António!
Aconselho a leitura.
terça-feira, maio 24, 2005
A Portuguesa (Hino nacional português)
segunda-feira, maio 23, 2005
Aperto do cinto! So se for ao grande Capital...
Tem-se visto que apesar do constante aperto do cinto, que apesar da constante subida dos impostos, o défice continua a crescer, os grandes bancos continuam a ter lucros de mil milhões de euros, as empresas como a Sonae e a PT também os têm, o desemprego continua a crescer a um ritmo avassalador e Portugal já tem o triste recorde das falências de empresas. Será que o problema não está nestas políticas neo-liberais que tanto PS como o PSD/CDS têm praticado nos últimos trinta anos?
Agora, vem o Vítor Constâncio falar que é preciso apertar novamente o cinto à classe trabalhadora, então porque não apertar o cinto a quem tem lucros astronómicos à custa dos benefícios fiscais concedidos? O Sr. Vítor Constâncio – “grande” militante “socialista” – devia então dar o exemplo e abdicar de todas as regalias que tem ao seu dispor. Este senhor, que aufere um bom ordenado, tem para além disso um carro ao seu serviço e um motorista. Porque não dá você também uma ajuda ao combate ao défice?
Deixemos de ser fervorosos “deficitários”!
sexta-feira, maio 20, 2005
Há dúvidas?!
Para quem não acredita que o sistema eleitoral Cubano é uma democracia, embora diferente dos modelos a que estamos habituados, aqui vai uma opinião de quem como vocês também assim pensa:
Mas se fosse consultor político de Bush , qual seria o primeiro conselho que lhe dava?
Demita-se. (risos)
E a Fidel Castro?
Continue a fazer bons charutos. E dê-me alguns.
Dir-lhe-ia para convocar eleições democráticas e garantia-lhe a vitória. Os cubanos votariam nele. Nunca conheci Castro, mas ele podia incendiar o mundo se anunciasse que haveria eleições democráticas. Era eleito, não tenho a mínima dúvida disso. E fazia, simultaneamente, com que o país fosse invadido por jornalistas de todo o mundo, para assistir ao primeiro escrutínio livre e democrático de Cuba.
Joe Napolitan, considerado o primeiro consultor político e responsável pela campanha de John F. Kennedy, onde se notabilizou.
In
Pública, 15 de Maio de 05
quinta-feira, maio 19, 2005
Este blogue "reabilita" Estaline.
Por pensamentos como: Estaline foi o paladino da luta anti-nazi e Os planos quinquenais de Estaline foram um sucesso que catapultou a URSS para o topo dos países desenvolvidos, tudo leva a crer que o Movimento das Palavras Armadas “reabilitou” os ideais de Estaline. Segundo o que se diz, o administrador do blogue equaciona, à semelhança de Estaline, deixar crescer o bigode.
Pediram-me que o recuperasse, então aqui vai....
Igualdade vs. Liberdade
Cuba coloca a tónica na igualdade, enquanto no ocidente a pomos na liberdade. Nós somos todos livres, mas também o somos para ser pobres, analfabetos ou desempregados. A União Soviética privilegiou a igualdade e matou a liberdade. O Ocidente privilegia as liberdades, mas sacrifica , de algum modo , a igualdade. Entre nós a liberdade individual coabita com desigualdades chocantes.
As políticas sociais cubanas podiam ser um modelo para o Ocidente. (...) O problema é que aquele modelo não se revelou até agora conciliável com uma economia de mercado. (...) Só sob um regime forte é possível transferir para a saúde, a educação, a cultura e o desporto, meios orçamentais tão elevados. (...)
Nos Estados Unidos, o país mais rico do Mundo, há 43 milhões de pobres. Que significado tem um alto rendimento per capita coabitando com um exército de analfabetos, desempregados e famintos?
Almeida Santos
In “visão” 9 de Novembro de 2000
posted by joroca @ 5:11 PM
Terça-feira, Dezembro 21, 2004
quarta-feira, maio 18, 2005
Assina já!
"Prefiro uma prisão militar do que seis meses de trabalho sujo numa guerra que não apoio", afirmou o marinheiro Pablo Paredes, da US Navy. Ele está a ser julgado em corte marcial nos EUA.
Assina a petição a favor de Pablo Paredes
http://www.npowebsite.net/dp/dp.asp?mode=OnlinePetition
Fonte: www.resistir.info
sábado, maio 14, 2005
Um mero acaso!?
sexta-feira, maio 13, 2005
Foi bom experimentar.
Hoje senti-me um verdadeiro político, verdadeiro no sentido de que para o ser tem que se ser mediático. Senti-me um verdadeiro político e devo dizer que ao início foi difícil, o ritmo cardíaco aumentou de uma forma que eu não estava à espera, porém, conforme me fui habituando as coisas tornaram-se fáceis e não posso dizer que não gostei. Contudo, se tivesse que fazer uma análise geral ela seria negativa, acho que prefiro a politica off. A experiência essa, foi positiva.
quinta-feira, maio 12, 2005
São estes os anti-castristas!?
Em Abril terá entrado nos Estados Unidos e pedido asilo político, afirmam Havana e Caracas, que o querem julgar, o que Washington desmente. O vice-presidente venezuelano, Vicente Rangel, e o Presidente cubano, Fidel Castro, acusam o Governo americano de dar guarida a um terrorista e, com isso, entrar em contradição com a sua política contra o terrorismo.
In
Público, 12 de Maio de 2005
Resta saber quantos mais denominados anti-castristas serão agentes da CIA!?
Um exemplo de como o futebol pode ajudar.
O Insecto
Das tuas ancas aos teus pés
quero fazer uma longa viagem.
Sou mais pequeno que um insecto.
Percorro estas colinas,
são da cor da aveia,
têm trilhos estreitos
que só eu conheço,
centimetros queimados,
pálidas perspectivas.
Há aqui um monte.
Nunca dele sairei.
Oh que musgo gigante!
E uma cratera, uma rosa
de fogo humedecido!
Pelas tuas pernas desço
tecendo uma espiral
ou adormecendo na viagem
e alcanço os teus joelhos
duma dureza redonda
como os ásperos cumes
dum claro continente.
Para teus pés resvalo
para as oito aberturas
dos teus dedos agudos,
lentos, peninsulares,
e deles para o vazio
do lençol branco
caio, procurando cego
e faminto teu contorno
de vaso escaldante!
Por Pablo Neruda
Firme e hirto...
Fiquei esta semana a saber que o Alexandrino, o tal do "Firme e hirto como uma barra de ferro!", é militante do Bloco de Esquerda e esteve presente na Convenção deste partido como representante da Amadora. Fiquei contente por saber que o mesmo se encontra "firme e hirto" no BE "que nem uma barra de ferro!". Talvez a firmeza que ele tanto apregoava se aplique também ao partido.
quarta-feira, maio 11, 2005
sábado, maio 07, 2005
O possível!
Ass: Joroca
Recomenda-se
O jornal do Alentejo
Parabéns a todos que nele trabalham e as maiores felicidades.
Eles mentiram e infelizmente ganharam.
Tony Blair ganhou novamente com maioria absoluta as eleições Britânicas, deitando por terra o lema do BE que dizia: “Eles mentem, eles perdem.”. Também não haviam grandes alternativas, dentro do mau, Blair era o menos mau. A forma como as eleições britânicas se processam – por círculos uninominais – dificultam o exercício de uma verdadeira democracia, contribuindo para um sistema de bipartidarismo, no qual os dois únicos partidos com aspirações ao poder são muito semelhantes, não havendo assim alternativas. Esperemos que as declarações proferidas pelo Sr. Presidente da República e por alguns notáveis políticos não conduzam Portugal para uma situação igual, com o pretexto da estabilidade. Nessa situação estaríamos reféns de apenas dois partidos que actualmente já alternam no poder.
sexta-feira, maio 06, 2005
E agora!?
Sampaio decidiu não marcar o referendo do aborto, situação que deixou embaraçado tanto o Bloco de Esquerda como o Partido socialista, e não foi à falta de avisos do PCP. O PCP sempre esteve contra o referendo não só por causa da falta de espaço no “calendário” constitucional, mas também porque a Assembleia da República tem legitimidade para aprovar a lei sem necessidade de recorrer a referendo. Agora, tanto um como o outro partido já admitem a aprovação de um projecto de lei na Assembleia da República. Qual a diferença agora!?
O tempo deu razão a quem sempre esteve decidido a acabar com a vergonha dos julgamentos sem se exonerar das responsabilidades que tem perante o Povo português.
terça-feira, maio 03, 2005
Bocadinhos...
"Com um pequeno esforço o BE acaba
com certeza por se transformar num PS em miniatura e por se aliar com ele em
2009. É um destino, por assim dizer, lindo."
segunda-feira, maio 02, 2005
O que é, afinal, a democracia? (excertos)
Le Monde Diplomatique – Edição Brasileira
(...)
Abdicação cívica
As instâncias do poder político tentam desviar a nossa atenção do óbvio: dentro do próprio mecanismo eleitoral, encontram-se em conflito uma opção política, representada pelo voto, e uma abdicação cívica. Não é facto que, no momento exacto em que a cédula é introduzida na urna, o eleitor transfere para outras mãos – sem qualquer contrapartida, salvo promessas feitas durante a campanha eleitoral – a parcela de poder político que detinha até então enquanto membro da comunidade de cidadãos?
O papel de advogado do diabo que assumo pode parecer imprudente. Mais um motivo para que examinemos o que vem a ser a nossa democracia e qual a sua utilidade, antes de pretendermos – uma obsessão de nossa época – torná-la obrigatória e universal. Essa caricatura de democracia que, como missionários de uma nova religião, procuramos impor ao resto do mundo não é a democracia dos gregos, mas um sistema que os próprios romanos não teriam hesitado em impor em seus territórios. Este género de democracia, deteriorado por mil parâmetros económicos e financeiros, teria conseguido, sem dúvida alguma, mudar a opinião dos latifundiários do Lácio, que se teriam tornado os mais ferrenhos dos democratas...
Pode passar pelo espírito de alguns leitores uma desagradável suspeita sobre as minhas convicções democráticas, tendo em vista as minhas notórias posições ideológicas [3]... Defendo a ideia de um mundo verdadeiramente democrático que se tornaria realidade dois mil e quinhentos anos depois de Sócrates, Platão e Aristóteles. Essa quimera grega de uma sociedade harmoniosa, que não se dividiria em senhores e escravos, tal como a concebem os cândidos espíritos que ainda acreditam na perfeição.
A vontade política e o voto
Poderão dizer: mas as democracias ocidentais não são censitárias [4], nem racistas e o voto do cidadão rico e branco tem o mesmo valor nas urnas que o do cidadão pobre e de pele morena. Se confiássemos em tais aparências, teríamos atingido o supra‑sumo da democracia.
Sob o risco de diminuir essas paixões, eu diria que as realidades brutais do mundo em que vivemos tornam ridículo esse cenário idílico e que, de uma ou de outra maneira, acabaremos por cair num organismo autoritário dissimulado sob os mais belos paramentos da democracia.
O direito de voto, por exemplo, expressão de uma vontade política, também é um acto de renúncia a essa mesma vontade, pois o eleitor a delega a um candidato. O acto de votar, pelo menos para uma parcela da população, é uma forma de renúncia temporária à acção política pessoal, discretamente adiada até às eleições seguintes, quando os mecanismos de delegação de poder voltarão ao ponto de partida para tudo recomeçar de novo.
(...)
Democracia paralisada
Pensávamos ter avançado, mas, na realidade, recuamos. Falar de democracia se tornará cada vez mais absurdo se nos obstinarmos em identificá-la com instituições que respondem por partidos, parlamentos ou governos, sem proceder a um exame do uso que estes últimos fazem do voto que lhes permitiu o acesso ao poder. Uma democracia que não faz autocrítica está condenada à paralisia.
Não concluam que sou contra a existência de partidos: sou militante de um deles. Nem pensem que abomino parlamentos: eu os apreciaria mais se se dedicassem mais à acção do que à palavra. E também não imaginem que sou o inventor de uma receita mágica que permitirá aos povos que vivam felizes sem governos. O que me recuso a admitir é que só seja possível governar e desejar ser governado segundo os modelos democráticos vigentes, incompletos e incoerentes.
Qualifico-os assim porque não vejo outra forma de designá-los. Uma verdadeira democracia que, como um sol, inundasse todos os povos com a sua luz, deveria começar pelo que temos à mão, ou seja, o país em que nascemos, a sociedade em que vivemos, a rua em que moramos.
Se essa condição não for respeitada – e não o é – todos os raciocínios acima citados – ou seja, o fundamento teórico e o funcionamento experimental do sistema – serão viciados. Purificar as águas do rio que atravessa a cidade de nada adiantará, se o foco da contaminação se encontra na nascente.
(...)
Operação estética barata
Na realidade, chamar um governo “socialista”, ou “social-democrata”, ou ainda “conservador”, ou “liberal”, e denominá-lo “poder” não passa de uma operação estética barata. Trata-se de fingir dar nome a algo que não está ali, onde querem nos fazer crer que esteja. Pois o poder, o verdadeiro poder, está em outro lugar: é o poder económico. É aquele do qual percebemos o contorno em filigrana, mas que nos foge quando tentamos aproximar-nos e contra-ataca se entende que desejamos limitar a sua influência, submetendo-o às regras do interesse geral.
Em termos mais claros: os povos não elegeram os seus governos para que estes os “ofereçam” ao mercado. Mas o mercado condiciona os governos para que estes lhe “ofereçam” os seus povos. Em nossa época de globalização liberal, o mercado é o instrumento por excelência do único poder digno desse nome: o poder económico e financeiro. Este não é democrático, pois não foi eleito pelo povo, não foi gerado pelo povo e, principalmente, não tem por objectivo a felicidade do povo.
Governo dos ricos
Aqui, apenas enuncio verdades elementares. Os estrategas políticos, de toda e qualquer filiação partidária, impuseram um silêncio prudente para que ninguém ousasse insinuar que continuamos cultivando a mentira e aceitamos ser os seus cúmplices.
O chamado sistema democrático parece, cada vez mais, um governo dos ricos e, cada vez menos, um governo do povo. Impossível negar o óbvio: a massa de pobres convocada a votar jamais é chamada a governar. Na hipótese de um governo formado pelos pobres, em que estes representassem a maioria – como Aristóteles o imaginou, em sua Política –, eles não disporiam de meios para modificar a organização do universo dos ricos, que os dominam, os vigiam e os oprimem.
A pretensa democracia ocidental entrou numa etapa de transformação retrógrada que ela é incapaz de deter e cujas consequências previsíveis serão a sua própria negação. Não é necessário que alguém assuma a responsabilidade de liquidá-la; ela própria se suicida diariamente.
O tabu da democracia
O que fazer? Reformá-la? Sabemos que reformar, como bem disse o autor do Il Gattopardo [5], nada mais é do que mudar o necessário para que nada mude. Renová-la? Que época do passado teria sido suficientemente democrática para que valesse a pena a ela retornar para, a partir dali, reconstruir com novos materiais aquilo que estivesse no caminho da perdição? A da antiga Grécia? A das repúblicas mercantis da Idade Média? A do liberalismo inglês do século XVII? A do século do Iluminismo francês? As respostas seriam tão fúteis quanto as perguntas...
O que fazer então? Paremos de considerar a democracia como um valor adquirido, definido de uma vez por todas e intocável para sempre. Num mundo em que estamos habituados a debater qualquer assunto, um único tabu persiste: a democracia. Salazar (1889-1970), o ditador que governou Portugal por mais de quarenta anos, afirmava: «Não se questiona Deus, não se questiona a pátria, não se questiona a família». Nos dias de hoje, Deus é questionado, a pátria é questionada e, se não questionamos a família, é porque ela própria se encarrega de fazê-lo. Mas não se questiona a democracia.
Então, digo: questionemos a democracia em todos os debates. Se não encontrarmos um meio de a reinventar, não perderemos apenas a democracia, mas a esperança de ver um dia os direitos humanos respeitados neste planeta. Isso seria o fracasso mais estrondoso de nossos tempos, o sinal de uma traição que marcaria a humanidade para sempre.
* Escritor português. Prémio Nobel da Literatura.
[3] José Saramago é filiado no Partido Comunista português.
[4] N.T.: No império romano, o cidadão deveria pagar o censo para ser eleitor ou elegível.
[5] Romance póstumo do escritor siciliano Giuseppe Tommasi di Lampedusa (1896‑1957), publicado em 1958, com edição francesa, de 1959, pela editora Seuil, Paris. É atribuída a Lampedusa a célebre frase: «É preciso mudar tudo para que nada mude».