Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

segunda-feira, abril 20, 2009

Reaparições!


Era um discreto secretário de Estado Ajunto de José Sócrates até sexta-feira à noite. Mas o DVD emitido pela TVI fez Filipe Baptista sair do anonimato e andar nas bocas do mundo. A explicação dada por João Cabral a Alan Perkins, do Freeport, sobre “o homem de Sócrates”, aponta para o discreto chefe de gabinete do então ministro do Ambiente.

Na presença de Charles Smith, Cabral explicava ao administrador inglês as razões dos pagamentos de luvas a um ministro que já não estava no poder. E isto porque este licenciado e mestre em Direito pela Faculdade de Direito, hoje com 44 anos, saiu do Governo de Guterres e foi nomeado inspector-geral do Ambiente pelo novo ministro do PSD, o famoso Isaltino de Morais. Cargo que manteve com os três ministros seguintes, dois sociais-democratas e um do CDS. Um homem importante e que, como diz João Cabral no DVD, podia efectivamente meter medo a muita gente com projectos pendentes na área do Ambiente. Filipe Baptista manifestamente não gosta muito de se dar a conhecer. No portal do Governo não tem perfil e na declaração de rendimentos apresentada no Tribunal Constitucional referente ao ano de 2005 esqueceu-se de mencionar os seus rendimentos.

Ontem, bombardeado com suspeitas e com notícias, foi obrigado a emitir um comunicado, no qual classifica as alusões ao seu nome no caso Freeport de falsas e difamatórias. Mas a verdade é que era chefe de gabinete de Sócrates na altura do licenciamento, foi de facto inspector-geral do Ambiente e está há quatro anos instalado na residência oficial de São Bento, como secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. E é, indiscutivelmente, uma das poucas pessoas que almoçaram ou jantaram todos os dias com Sócrates. Longe vão os tempos em que foi assessor do provedor de Justiça, de 1994 a 1997, e assistente na Faculdade de Direito de Bissau, em 1997 e 1998.

Filipe Baptista tem outra particularidade importante. É independente, facto que lhe permitiu andar sempre a navegar nas águas socialistas ou sociais-democratas. Mas não se pense que este discreto membro do Governo não tem peso político. Gosta de andar na sombra, mas está sempre na primeira linha para defender José Sócrates quando as ondas da Comunicação Social se viram contra o chefe. Foi assim no Ambiente, quando rebentou a polémica com a co-incineração e o então ministro do Ambiente teve de enfrentar as populações de Souselas e de Setúbal, para além de alguns membros influentes do seu partido, como o histórico Manuel Alegre.


in Correio da Manhã




Não foi nem de perto nem de longe um dos professores que mais me tivesse marcado e se marcou foi pelo seu carácter peculiar e cómico que ainda hoje tento compreender. Era o denominado "professor gabarolas". Idolatrava os trabalhos que fazia, mas que nos eram desconhecidos, e tinha uma forma curiosa de terminar as aulas. Normalmente ia debitando a matéria e arrumando as suas coisas, dirigindo-se simultaneamente para a porta de saída. Mesmo havendo alunos a quererem colocar-lhe dúvidas, o Dr. ignorava e despedia-se sem que desse oportunidade a inquirições.

Houve porém uma ideia sua que me marcou. Esta personalidade caricata, que o ainda era mais quando se ria, levando a sala a rir-se dele, revelou-nos que há muito que tinha deixado de gostar de futebol e que só ia aos estádios para assistir ao espectáculos que se passavam nas bancadas. Esta ideia transformou a minha forma de ver o futebol e devo dizer que o senhor tinha razão, há espectáculos nas bancadas dos estádios que por si só justificam o preço do bilhete. Pelo lado negativo, a sua marca resumiu-se às notas dos testes. Três testes, três negativos menos, menos, menos (---). Julgo que cheguei a ficar abaixo do 0, porque a sua tabela quantitativa ainda hoje em dia é uma incógnita e escrevesse eu pouco ou muito, estudasse eu pouco ou muito, a nota era sempre aquela. Cheguei a pensar que a nota era inamovível fizesse eu o que fizesse. Talvez agora compreenda e acredite que devido ao seu empenho nas actividades políticas, o Dr. Filipe Baptista não tivesse tempo para avaliar os testes e terá usado, à boa maneira do Direito Anglo-saxónico, a regra do precedente para atribuir as notas.

Já sabia que, depois de desaparecer da faculdade, o Dr. Filipe Baptista desenvolvia o seu trabalho para o Governo. Mas desconhecia que uma personalidade com aquele carácter fosse assim tão influente e poderosa! Como diz o ditado, as aparências iludem.

Resumiu-se a isto a sua influência na minha personalidade e na formação enquanto jurista. Analisando agora a esta distância, talvez devesse ter aproveitado para aprender mais qualquer coisa, certamente daria jeito!


1 comentário:

Geopower disse...

...os tentáculos do polvo vão-se revelando!