Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

quarta-feira, junho 08, 2005

Árvores do Alentejo

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

2 comentários:

Anonymous disse...

so te kero dar os parabéns pelo excelente bom gosto no k diz respeito ao poema k aki colocaste!
muito bem!!!
o teu colega de kuarto.

Anonymous disse...

Foste ao google buscar o poema?