Para Ramos-Horta, as sanções dos EUA a Cuba abomináveis. "Vou escrever primeiro a Nelson Mandela e a Desmond Tutu e a outras personalidades para, juntos, pedirmos aos Estados Unidos que ponham termo ao embargo a Cuba", declarou o presidente timorense, que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1996.
O chefe de Estado timorense voltou há menos de uma semana de uma visita oficial a Cuba, país com que o Timor Leste tem relações estreitas de cooperação, sobretudo com a presença de mais de 200 médicos cubanos no país asiático.
Ramos-Horta disse que os Estados Unidos estavam do lado errado em Angola, enquanto Cuba estava do lado certo. "O mesmo governo que os EUA ostracizaram durante tantos anos é hoje um aliado querido", disse, em relação ao governo do MPLA e do presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
"Mas Cuba, que ajudou a defender Angola contra a agressão sul-africana, continua sob sanções americanas. É um pouco exagerado", acrescentou. "Como chefe de Estado posso pouco, mas tenciono reunir outros premiados com o Nobel da Paz, quando em dezembro for a Roma".
Ainda segundo Ramos-Horta, "os EUA normalizaram relações com o Vietnam, que é comunista, com a Líbia, que não se tornou uma democracia, e têm relações muito fortes com a Arábia Saudita, que também não o é. Continuam, porém, a punir Cuba".
O presidente do Timor Leste viaja na sexta-feira para os EUA, para participar do ritual anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e na cúpula dos Objectivos do Milénio, entre outras iniciativas.
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