(...)O PCP foi mais longe e desfiou uma longa lista de ex-governantes que foram para grandes empresas. E ficou sem resposta de todas as bancadas. "Metade das empresas do PSI20 tem ex-governantes nos seus órgãos sociais", denunciou ontem Bernardino Soares, líder da bancada do PCP. Sem nunca referir nomes - à excepção de Jorge Coelho (ver P2) -, o dirigente comunista deu outros exemplos de ex-ministros de Obras Públicas que ingressaram em grandes empresas, como Ferreira do Amaral (PSD), na Lusoponte, António Mexia (PSD) na Galp e depois na EDP. Bernardino Soares referiu também casos na banca: um ex-ministro PSD (Fernando Nogueira), um ex-secretário de Estado da presidência (Paulo Teixeira Pinto) e um ex-ministro-adjunto (Armando Vara, PS) no BCP. O Banco Santander recrutou uma ex-ministra das Finanças (Manuela Ferreira Leite (PSD) e um ministro da Presidência (António Vitorino, PS). Noutras áreas, o líder da bancada do PCP referiu ainda um secretário de Estado da Saúde (José Lopes Martins, PSD) para a administração do Hospital Amadora-Sintra cujo contrato negociou, um ex-ministro do Desporto e da Administração Interna (Fernando Gomes, PS) na Galp, e um ex-ministro das Finanças (Pina Moura, PS) na Iberdrola e na Prisa. Para Bernardino Soares, "esta situação de promiscuidade mina os alicerces do Estado democrático, compromete a independência de decisão e dá justificadas razões para que o povo esteja descrente nos partidos que alternam a governação". Esta declaração política foi recebida com silêncio no plenário. Nenhum partido quis intervir.(...)
In Público
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