Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

sábado, dezembro 15, 2007

Parabéns Grande Niemeyer!





15 de Dezembro de 1907
Nasce no Rio de Janeiro.


1945
Ingressa no Partido Comunista Brasileiro.


1957- 58
Projecta o Palácio da Alvorada em Brasília e os principais prédios da Nova Capital.


15 de Dezembro de 2007
Celebra 100 anos

Um pequeno excerto da grande biografia de Niemeyer, para a ver completa clique aqui

segunda-feira, novembro 26, 2007

Jardim da saudade


Tenho ainda em mim o teu cheiro
o cheiro do amor e sinto-te
como se estivesses aqui
Tenho-te aqui comigo, em pensamento,
e abraço-te e beijo-te e quero-te outra vez
da mesma maneira como nos quisemos
e nos amámos ontem ainda
Olho-te e sorris com esse sorriso maroto
de menino
Nos teus olhos há estrelas que cintilam
e eu já não sei o que faço ou
o que penso, porque tu, com esse teu jeito,
levas-me pela mão para o jardim da saudade...



In o blogue O Cheiro da Ilha que recomendo a sua visita.

Porque não deu a comunicação social a devida atenção a esta conferência!?






Talvez se fosse uma Convenção do Beato em que estivessem presentes meia dúzia de badamecos de empresários, que em nada representam a sociedade, a comunicação social estivesse la do inicio ao fim para publicar as suas grandes orientações para a sociedade portuguesa, que no fundo, não respondem às aspirações dos portugueses! Haja seriedade no trabalho jornalístico e tratamento de reportagens com isenção!!

terça-feira, novembro 20, 2007

Benvindo Chavez!!!

domingo, novembro 18, 2007

Veja-se a lógica...

O dirigente nacional do PS Augusto Santos Silva admitiu que a política do Governo foi desfavorável para a Função Pública, o que condicionou o resultado das autárquicas, mas prometeu a diminuição da pressão em 2008, informa a agência Lusa.

«Tivemos uma queda [nas sondagens] quando fizemos todas as maldades de 2005 [aos funcionários públicos] e, por isso, perdemos as autárquicas», referiu Santos Silva.

Santos Silva disse ter consciência que «uma parte dos funcionários públicos está muito zangada» com o Governo, mas também sublinhou que muita da contestação pública tem estado a cargo de «60 funcionários do PCP», responsáveis pela «manifestação ambulante» que na zona do Alentejo «anda atrás do primeiro-ministro para todo o lado».

in portugal diario


O PS fez muitas maldades aos funcionários públicos, mas pelos vistos estes até são masoquistas, pois só os afectos ao PCP se manifestam! Só é cego quem não quer ver...

domingo, novembro 11, 2007

A reacção à Chavez...


Hugo Chavez voltou a reagir às palavras que lhe dirigiu o Rei durante o encerramento de la XVII Cimeira Ibero-Americana, "¿por qué no te callas?", durante uma conversa com jornalistas transmitida pela televisão estatal. O presidente venezuelano assegurou com o humor que o caracteriza que lhe disseram que "al Rey lo tuvieron que agarrar y se puso muy bravo, como un toro... yo no soy muy torero, pero olé".

A arrogância prepotente do rei espanhol




por Carlos Aznárez [*]

"Já acabou a época dos vice-reis", terão pensado os chefes de Estado da Venezuela, da Bolívia, da Nicarágua, de Cuba e do Equador, quando no âmbito da XVII Cimeira Ibero-americana tiveram de ouvir as palavras raivosas do Bourbon espanhol, Juan Carlos, a recriminar o chefe revolucionário Hugo Chávez por ter tido a "ousadia" de chamar fascista ao ex-mandatário José Maria Aznar. As verdades foram doridas para a delegação espanhola, sobretudo quando Chávez destacou cada um dos actos cometidos pelo governo Aznar no apoio ao golpe de Estado de Abril de 2002 na Venezuela.

O fascista Aznar teve dois defensores de luxo: primeiro o "socialista" Zapatero e a seguir o monarca espanhol, o qual exigiu ao chefe bolivariano que calasse a boca e não agredisse o seu compatriota e irmão de ideias no que se refere ao fascismo. Zapatero, refutando Chávez, pediu respeito para com Aznar porque "fora eleito com o voto dos espanhóis".

Mas faltava algo para que os ouvidos do novo colonialismo espanhol se irritassem ainda mais. Entrou o nicaraguense Daniel Ortega, que falando em nome do seu povo (e de todos os povos que lutam contra o colonialismo e o imperialismo) contou a história nefasta da empresa espanhola Unión Fenosa na sua actuação na Nicarágua. Chamou-os de mafiosos, de imperialistas e de provocadores que crêem, disse Ortega, que o povo da Nicarágua é seu súbdito.

Valia a pena ver a cara de Moratinos, Zapatero e do próprio Bourbon quando Ortega lhes dizia estas verdades. E naturalmente o Bourbon optou por retirar-se em meio a urgentes consultas da delegação espanhola. Zapatero e Moratinos ficaram, mas a resmungar. Ortega não se calou e, na parte final do seu discurso (que recordava aqueles tempos gloriosos quando no comando da FSLN falava às massas vermelho-negras do seu país), saiu em defesa aberta de Hugo Chávez.

Finalmente, chegou a dignidade de Cuba, na voz do vice-presidente Carlos Lage, que rompeu uma lança em favor de Chávez e de forma muito clara respondeu a um Zapatero cada vez mais incomodado que "não basta que um povo o eleja para que um mandatário seja alguém respeitável". E ascrescentou: "Bush foi eleito e é o assassino do povo iraquiano e eu não lhe tenho nenhum respeito".

Quem quiser ouvir que ouça: os povos da América Latina já não podem ser avassalados nem por ianques nem por bourbons. Com essa arrogância que os caracteriza, estes defensores das transnacionais que esfaimaram a nossa gente (que outra coisa é a Repsol, Telefónica, Union Fenosa, Endesa e outras semelhantes) tentaram fazer calar mas não conseguiram os chefes revolucionários que hoje lhes falam na cara em nome dos seus povos. Por isso tiveram que optar (como no caso do Bourbon) por retirar-se.

Em boa hora, pois NÃO OS QUEREMOS E DEVEM SABÊ-LO.

Acabou-se a época dos vice-reinados (apesar de alguns ainda continuarem em genuflexão) e é a hora dos povos. Daí a dignidade de Chávez, de Evo, de Ortega, de Correa, de Lage, advertindo aos poderosos e aos colonizadores que a América Latina não quer saber mais das suas propostas neoliberais e imperialistas.

[*] Editor de Resumen Latinoamericano.

O original encontra-se em http://www.resumenlatinoamericano.org , Nº 950


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

sexta-feira, novembro 09, 2007

90.º Aniversário


segunda-feira, novembro 05, 2007

Morte completa





Estou morto por dentro

Vivo por fora,

sinto...

Sinto a dor

palpitar no meu interior

Penso...

talvez seja melhor

também ter uma morte exterior...

Parede de Revolucionários


Parede algures na Glória do Ribatejo, retirada do blogue http://bichodoentrudo.blogspot.com/





sábado, novembro 03, 2007

Foice...

Símbolo histórico do trabalho no campo...

sexta-feira, novembro 02, 2007

Prisão em mim...


Sou um evadido.

Logo que nasci

Fecharam-me em mim,

Ah, mas eu fugi.


Se a gente se cansa

Do mesmo lugar,

Do mesmo ser

Por que não se cansar?


Minha alma procura-me

Mas eu ando a monte,

Oxalá que ela

Nunca me encontre.


Ser um é cadeia,

Ser eu é não ser.

Viverei fugindo

Mas vivo a valer.



Fernando Pessoa

domingo, outubro 28, 2007

Uma adivinha...

O presidente A propõe uma nova Constituição e submete-a à votação do seu povo. O presidente B também propõe uma Constituição. Quando uma parte do povo diz não, cessa a votação. Um pouco mais tarde, esta mesma Constituição é imposta — mas sem votação. Qual dos dois é o democrata? Erraram todos. O primeiro presidente chama-se Chávez e portanto é um populista e um ditador. O segundo presidente chama-se Sarkozy e União Europeia e portanto estes são democratas. Viva a democracia! A adivinha é de Michel Collon .

Eu não diria melhor!


"Mesmo que me dê decepções o comunismo é uma convicção"

José Saramago

in Diário de Notícias

quinta-feira, outubro 25, 2007

De olhos no futuro...


sábado, outubro 13, 2007

Nobel da Literatura 2007

Doris Lessing



Britânica nascida na Pérsia (hoje Irão) e crescida na Rodésia (hoje Zimbabwe), autodidacta (abandonou a escola aos 15 anos), duas vezes casada, duas vezes divorciada, três vezes mãe, persona non grata para o apartheid da África do Sul, Doris Lessing viveu intensamente o seu tempo - colonialismo e pós-colonialismo, comunismo e pós-comunismo, a revolução sexual e os direitos das mulheres, o fascínio pela ciência e o regresso à história -, e transportou-o para tudo o que escreveu, uma observação do fundo humano na relação com o outro, o diferente.Viveu uma infância "infernalmente solitária" na Rodésia. Casou aos 20 anos para escapar, e depois escapou ao casamento (e a dois filhos). Voltou a casar com um Lessing, comunista, como ela, e deixou-o ainda antes de deixar o partido. Em 1949, aos 30 anos, mudou-se para Londres com o terceiro filho, um manuscrito e nenhum marido. Era uma rapariga do mato africano. Sabia montar capoeiras, caçar bichos, pesquisar ouro. Fugira da escola, lera por si, ia ser escritora.


In Jornal Público


Aos 87 anos, Doris Lessing foi premiada com o Nobel da Literatura

sexta-feira, outubro 12, 2007

40 anos depois da sua morte!


"Quem te abateu perdeu a guerra santa da liberdade. Fez brilhar na manhã do mundo inteiro um sol de redentora claridade: o teu rosto de Cristo guerrilheiro."



Miguel Torga

domingo, outubro 07, 2007

Desespero

Namoro, Almada Negreiros



Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.



Ary dos Santos

terça-feira, setembro 18, 2007

Boné de Fidel torna-se moda...


O Boné verde azeitona com a estrela vermelha sempre foi um ícone relacionado com o comandante en jefe Fidel Castro. Embora ultimamente o presidente tenha aparecido sem o ostentar, a verdade é que o seu boné virou moda em Cuba. Até então eram os acessórios de Che Guevara que lideravam em popularidade, porém, o boné de Fidel impôs-se como moda no país da REVOLUÇÃO.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Bush dá uma mãozinha a Sócrates...

Foto André Kosters/Lusa

José Sócrates, o apregoador da esquerda moderna, de visita aos EUA resolveu explicar, em jeito de lambe botas, a Bush as grandes reformas que tem implementado em Portugal, como que pedindo a anuência às suas políticas. E não é que a obteve!! O intelegentíssimo presidente da permitida superpotência mundial, compreendeu a orientação política e deu os seus parabéns pelo rumo da esquerda moderna do PS. Daqui também lhe dou os meus parabéns Sr.º José Sócrates, com apoios como o de Bush e Sarkozy nem será preciso dizer mais nada!

A imparcialidade como ela deve ser...

Não resisti a não publicar alguns excertos desse texto aqui. E publico-os pela simples razão de que após tantos disparates que tenho lido, estas também são as palavras e a visão de um não-comunista. Sendo que nesta condição não pode ser acusado de Juiz em causa própria.

Aqui vai (os negritos são da minha autoria):


“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante!. Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes.
Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo.
O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.
Porque é que a Festa do Avante faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei? ...


...As festas do Avante, por muito que custe aos anti-comunistas reconhecê-lo, são magníficas.
É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça... Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo... Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história... E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão. ...


... Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.
Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático.
Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados. ...


...Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. ...


...A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é dificil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.
Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideológicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista. ...


... As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisiveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca. ...


...Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro.
Nem vale a pena indagar acerca da marca do shampô.
Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes.
E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas. ...


...É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas. ...


...A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles.
Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar. ...


...Resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência. ... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.
Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”




Publico aqui excertos de uma reportagem do Miguel Esteves Cardoso, sobre a Festa do Avante, para a Revista Sábado e que ainda não tive oportunidade de ler, a não ser estes pequenos excertos que retirei do blogue
Vermelho Vivo.
Embora sem a sua permissão, eu resolvi fazer o copy paste deste artigo, presumindo que teria a permissão do camarada. Fica aqui o meu agradecimento... Obrigado!



quarta-feira, setembro 12, 2007

terça-feira, setembro 11, 2007

Para o ano há mais!

Cartaz da Festa de 1977


Como desde há 31 edições, terminou mais uma Festa do Avante com um saldo positivo! Milhares e milhares de visitantes criaram um ambiente de festa, diversão, de confraternização, amizade e solidariedade. A Festa terminou, mas a razão da sua existência continua persistir, a construção de um mundo melhor. De toda aquela "overdose" cultural eu realço os Kumpania Algazarra, que me espantaram pela alegria que transmitiram por todo o recinto, sem no entanto esquecer as centenas de artistas que animaram a Quinta da Atalaia e os palcos e que em muito contribuíram para o sucesso de mais uma de muitas Festas do Avante.
A quem nunca foi à maior Festa de Portugal aqui fica um conselho, façam-no para o ano... porque para o ano haverá mais!

quinta-feira, agosto 30, 2007

Política e Cultura na FESTA!


A Festa do «Avante!» será um momento privilegiado da apresentação e divulgação das posições e propostas do PCP sobre as grandes questões que marcam a actualidade política nacional e internacional que se projectarão nesses três dias para os milhares de visitantes da festa e para o país.



Situação do país e propostas do PCP para “Um Portugal com Futuro”
marcam a 31ª edição da Festa do Avante!
Nota do Gabinete de Imprensa da Festa do «Avante!»

1. A Festa do «Avante!» será um momento privilegiado da apresentação e divulgação das posições e propostas do PCP sobre as grandes questões que marcam a actualidade política nacional e internacional que se projectarão nesses três dias para os milhares de visitantes da festa e para o país. Dos muitos elementos que integram a intervenção politica do PCP nesta Festa, todos eles convergem na afirmação da ideia que o nosso país não está condenado a este rumo de injustiça e declínio nacional, que há outro caminho, que Portugal tem Futuro. Desta forma, estará presente no Pavilhão Central da Festa, uma grande exposição que se intitula, Com o PCP, por um Portugal com futuro.

O momento de abertura da Festa e o grande comício que terá lugar pelas 18 horas de Domingo, que contarão com a participação do Secretário-geral do PCP - Jerónimo de Sousa, serão palco para a apresentação das principais linhas de resposta, acção e intervenção política do PCP para os próximos meses.

2. Entre outros, três temas irão marcar a intervenção política do PCP na 31ª Edição da Festa do Avante.

A violenta ofensiva contra os direitos dos trabalhadores que visa, por via das alterações que o Governo PS prepara na legislação de trabalho, a facilitação dos despedimentos sem justa causa, a desregulamentação de horários de trabalho, o ataque às remunerações e graves limitações à intervenção sindical, instalar a lei a selva nas relações laborais, naquilo que se confirma como uma autêntica declaração de guerra aos trabalhadores deste país.

A denúncia da tentativa de imposição do essencial do conteúdo da "Constituição" já rejeitada em 2005 sem a realização da auscultação no plano nacional de cada um dos países que integram a UE. Numa altura em que Portugal assume particulares responsabilidades assumindo a presidência do Conselho Europeu, as grandes potências e os grandes grupos económicos e financeiros - com a cumplicidade do Governo PS - procuram impor um novo salto qualitativo na integração capitalista europeia, reforçando e institucionalizando o federalismo, o neoliberalismo e o militarismo através da aprovação, sem consulta aos Povos, de um novo tratado dito reformador.

A realização da Conferência Nacional do Partido sobre questões económicas e sociais que, sob o lema " Outro Rumo. Nova política ao serviço do Povo e do país", como um importante momento de afirmação das propostas do PCP para a necessária ruptura democrática e de esquerda que o país precisa. Propostas que no plano económico e social, comportam a valorização dos direitos dos trabalhadores, a defesa dos serviços públicos e de uma outra intervenção do Estado na Economia, a defesa e valorização do nosso aparelho produtivo, o combate aos déficits estruturais da nossa economia e uma política económica assente na soberania e independência nacional.

3. Cerca de 50 Debates preenchem os três dias da Festa do «Avante!»

Na linha das anteriores edições, na Festa do "Avante!" terá também lugar, um importante conjunto de debates e a apresentação de vários livros, entre os quais, "85 Momentos de vida e luta do PCP", por onde passará a discussão, a reflexão, a análise e a denúncia nomeadamente sobre a política de direita do Governo PS, a União Europeia e as várias questões internacionais que marcam o nosso tempo, assim como, os aspectos sobre o reforço do PCP e do seu papel junto dos trabalhadores.

Nos cerca de 50 debates que se realizarão durante os três dias da Festa, abrangendo temas como o desemprego, a ofensiva contra o regime democrático, direitos das mulheres, desporto adaptado, imigração, os grupos económicos, transportes terrestres ou exploração digital de direitos, destacam-se os que se inserem na preparação da Conferência Nacional do PCP Sobre Questões Económicas e Sociais a realizar no próximo mês de Novembro.

A Revista Programa da Festa, que será apresentada até à Festa, dará uma informação mais detalhada sobre este conjunto de debates, em que participarão membros da Comissão Política e do Secretariado do PCP, deputados na Assembleia da República e Parlamento Europeu, militantes que integram diferentes Grupos de Trabalho do PCP em áreas especializadas, assim como diversas personalidades da sociedade portuguesa. Do vasto conjunto de debates que se irão realizar destacamos os seguintes:

  • "Presidência portuguesa e o futuro da União Europeia"
  • "Outro Rumo! Nova política ao serviço do povo e do país"
  • "O imperialismo e a guerra - solidariedade anti-imperialista"
  • "Os direitos dos trabalhadores e o combate à estratégia de retrocesso do Governo"
  • "Pela Democracia, pela Liberdade - Por Abril"
  • "90 anos da Revolução de Outubro - A actualidade do projecto Comunista"
  • "A Democracia perante as campanhas de branqueamento e reabilitação do fascismo"
  • "A imprensa do Partido - instrumento decisivo na batalha das ideias"
  • "Um PCP mais forte: consolidar, crescer, avançar"
  • "Os grupos económicos em Portugal e o desenvolvimento do país"


Para mais informações clique aqui

quarta-feira, agosto 29, 2007

Como são as eleições em Cuba



Por Joaquín Oramas

De novo, milhões de cubanos foram convocados para eleições, cujos candidatos elegerão, por seu próprio direito, outros escolhidos por eles próprios, exercendo um poder que cabe ao povo, do qual muitos carecem e cujos governos apregoam que são exemplo de democracia.

Como noutras ocasiões, os fascistas que controlam o poder nos Estados Unidos e seus aliados, a máfia de Miami, implementam campanhas de desinformação sobre o processo eleitoral cubano, tendo por objectivo confundir aqueles que ignoram a realidade política, social e económica da Ilha. Daí que não repitamos o provérbio de "chover no molhado", se lembrarmos como se realiza o processo eleitoral em Cuba.

As pessoas que vão ser eleitas não são propostas por serem as que mais dinheiro têm ou mais recursos para comprar votos, pagar anúncios na televisão, na rádio, na imprensa escrita, na internet e imprimir cartazes com a suas imagens em campanhas proselitistas. Também não são escolhidas por nenhum aparelho político a serviço de nenhum grupo privilegiado. Todos os candidatos são cidadãos com prestígio na comunidade, que o próprio povo propõe e escolhe em assembleias públicas nas circunscrições. Nas mais das 14 mil circunscrições de todo o país, funcionam por volta de 25 mil colégios eleitorais, onde se mostra a lista de eleitores, bem como as biografias e fotos dos candidatos para decidir quem eleger. Da mesma maneira, colocam-se em estabelecimentos públicos, poucos dias depois de se realizar a eleição na circunscrição.

As biografias destacam as qualidades, prestígio e nível de instrução dos candidatos. Os candidatos não podem fazer promessas aos eleitores nem induzi-los a votarem neles.

"Eleições sem politiqueiros"

No processo eleitoral da Ilha não existe o espectáculo de colocar a imagem de politiqueiros em paredes e colunas de prédios prometendo demagogicamente coisas nas quais nem eles próprios acreditam. Também não se faz trabalho de propaganda do género nos meios de difusão. As propagandas sobre as eleições em Cuba exortam os eleitores a nomear e eleger os melhores e mais capazes, sem mencionar os nomes dos candidatos. Os eleitos, quer sejam delegados de circunscrições, membros de câmaras municipais e provinciais e deputados da Assembleia Nacional, cumprem suas funções sem cobrar um só centavo.

Isso quer dizer que não passam a ser profissionais do Parlamento, pois continuam fazendo seu trabalho habitual, pelo qual recebem o salário correspondente. Entre eles, professores, médicos e outros trabalhadores das ciências, operários qualificados, intelectuais, membros das Forças Armadas Revolucionarias e do Ministério do Interior, camponeses, advogados, membros das organizações de massas, que figuram entre os eleitos nas eleições na Ilha.

Em Cuba, tem direito ao voto pessoas com 16 anos de idade em diante e quando elas têm essa idade são inscritas imediatamente, o que se realiza a partir do Registo Civil onde estão inscritos todos os cidadãos. A votação é voluntária, livre e secreta. Não existe lei que obrigue os eleitores a votarem.

Em cada eleição realizada, mais de 90% do eleitorado foi às urnas. A contagem dos votos é feita publicamente ao concluir o horário de votação pelos membros da mesa eleitoral e na presença dos eleitores que vão voluntariamente ao lugar para verificarem a transparência da contagem. Não se sabe de caso algum de roubo de urnas, fraude ou ocupação de colégios eleitorais por forças militares para beneficiar o regime, como acontece em muitos países. Em Cuba, as urnas são custodiadas pelas crianças, sendo assim apagada a imagem dos militares com armas em cada colégio eleitoral, quem com sua presença, em lugar de cuidarem a ordem pública, ameaçavam os eleitores.

Também não há casos de cidadãos exigindo seu direito de votar, como acontece nos Estados Unidos, onde são excluídos milhares de votantes negros e hispânicos por meio de subterfúgios legais. Nem vergonhosas fraudes ao estilo do estado da Flórida, quando das primeiras eleições presidenciais de Bush. Nem o espectáculo de troca de cédulas eleitorais por comida ou dinheiro, como aconteceu na recente farsa eleitoral no Iraque encenada pelos agressores e ocupantes americanos, a fim de imporem um governo fantoche.

A maior preocupação dos eleitores cubanos na hora da votação é analisar em sua circunscrição quais dos candidatos possuem as melhores qualidades para enfrentarem os problemas que a população coloca. Não é uma eleição definitiva, pois os delegados ou outro membro qualquer em nível municipal, provincial ou nacional, podem ser revogados antes de cumprirem o mandato, se não cumprirem as responsabilidades que assumem ao serem eleitos.

Entre os delegados de circunscrições eleitos pela votação directa da população, são eleitos os candidatos às câmaras municipais, bem como às provinciais. Os deputados da Assembleia Nacional (Parlamento) são escolhidos, tendo em consideração os membros das provinciais. Inserem-se nelas outras representações de importantes sectores científicos, administrativos, camponeses, intelectuais, organizações de massas propostas por organizações sociais e instituições.

Cabe à Assembleia Nacional eleger entre os seus deputados, os membros do Conselho de Estado e este, o presidente.

É bom salientar que o Partido Comunista de Cuba não candidata nem escolhe os candidatos. E seus membros, como cidadãos, exercem o direito ao voto e integram as mesas eleitorais se lhes for pedido.

De jeito nenhum, cidadãos com laços familiares ou que convivam com algum dos candidatos a serem eleitos na circunscrição poderão fazer parte de uma mesa eleitoral. Além disso, nenhum colégio eleitoral, comissões de circunscrição e demais trabalhos relativos ao sufrágio, poderão funcionar num imóvel que seja propriedade de algum dos nomeados. São valores éticos que contribuem para a transparência das eleições.

*É jornalista do jornal Granma

Fonte: Granma Internacional

domingo, agosto 19, 2007

A frase



"Louçã é um produto desse tempo [Maio de 68] que, por azaradas contingências, vive neste"
Alberto Gonçalves, "Diário de Notícias", 19-08-2007


in Público

sexta-feira, agosto 17, 2007

PORTUGAL, CAMPEÃO EUROPEU DA DESIGUALDADE




As políticas económicas neoliberais executadas em Portugal desde há muitos anos – intensificadas pelo governo Sócrates – reflectem-se nos indicadores estatísticos.

Os dados agora revelados pelo Eurostat, o serviço estatístico da União Europeia, revelam que Portugal já é o campeão europeu da desigualdade na distribuição do rendimento nacional: tem o pior Coeficiente de Gini do continente. Clique a imagem para ampliá-la.


in
resistir_info Não à guerra pelo petróleo.


quinta-feira, agosto 16, 2007

A novação Constitucional Venezuelana

agência reuters




O Presidente da Venezuela, apresentou hoje pela primeira vez a sua proposta de Constituição e toda a oposição e médias ocidentais se apressaram a dizer que tais alterações à Constituição só visam a perpetuação de Chávez no poder. A alteração, não pretendeu mais do que alterar a disposição que impedia a recandidatura de um presidente mais do que 12 anos consecutivos. Esta alteração permite que Hugo Chávez se volte a candidatar ao contrário do que acontecia, mas ele apenas se voltará a candidatar contra outros candidatos, será sempre o povo a permitir ou não, a duração do seu poder, que poderá não ser perpetuo, caso assim o povo o queira. Assim sendo, não vejo onde poderá estar o problema que alarma tanta gente!? Mas ao contrário ninguém faz referência às mudanças constitucionais que tornam a Venezuela num verdadeiro país Socialista, num país de um verdadeiro Socialismo do séc. XXI. Como é exemplo, a diminuição da carga horária semanal de trabalho, das 40 para as 36 horas, permitindo que o trabalhador utilize o restante tempo para formar a sua personalidade.
É esta e outras tantas alterações que põem a Venezuela na vanguarda do humanismo e na vanguarda dos países com preocupações sociais. E é isto que preocupa muita gente, que esta REVOLUÇÃO avance pelo mundo e é isso que irá acontecer contra a sua própria vontade.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Concepto de Revolución por FIDEL


“Revolución es sentido del momento histórico; es cambiar todo lo que debe ser cambiado; es igualdad y libertad plenas; es ser tratado y tratar a los demás como seres humanos; es emanciparnos por nosotros mismos y con nuestros propios esfuerzos; es desafiar poderosas fuerzas dominantes dentro y fuera del ámbito social y nacional; es defender valores en los que se cree al precio de cualquier sacrificio; es modestia, desinterés, altruismo, solidaridad y heroísmo; es luchar con audacia, inteligencia y realismo; es no mentir jamás ni violar principios éticos; es convicción profunda de que no existe fuerza en el mundo capaz de aplastar la fuerza de la verdad y las ideas. Revolución es unidad, es independencia, es luchar por nuestros sueños de justicia para Cuba y para el mundo, que es la base de nuestro patriotismo, nuestro socialismo y nuestro internacionalismo.”


FIDEL

terça-feira, maio 08, 2007

Protesto do PCP: Pelo pluralismo e liberdade de expressão


Mais de mil pessoas participaram, ontem, num protesto contra a exclusão do PCP, por parte da RTP, do programa Prós e Contras. Em frente à Casa do Artista, local onde foi gravado o programa, intervieram vários dirigentes do PCP e da JCP e foi aprovada uma moção pelo pluralismo e pela liberdade de expressão.











sexta-feira, abril 27, 2007

Em cena no TDMII: A filha rebelde

Annie Silva Pais, filha única do último director da PIDE, o Major Fernando Silva Pais, é casada com um diplomata suíço. A estada em Cuba e um encontro com Che Guevara mudarão a vida de Annie, que, saturada de uma existência em função das aparências, condicionada pelo aparelho repressivo do regime ditatorial português, se entregará integralmente à revolução cubana e aos seus ideais. Desaparecida durante algum tempo, Annie abandona o marido, a família e o país. No Portugal de Salazar, todos temem que tenha sido raptada e utilizada no contexto da guerra colonial. Mas Annie envolve-se numa profunda luta de valores e convicções, só regressando a Portugal após o 25 de Abril para ir visitar o pai à prisão. A coragem será uma das principais marcas de Annie, que protagoniza uma peça onde o drama, a traição, os afectos, a morte e os combates políticos se cruzam naquela que é uma história de vida rara e exemplar.

in Teatro Dona Maria II


Esta quinta-feira, fui ver esta peça de teatro, não só pelo tema da mesma mas também porque, entretanto, soube que tinha música Cubana tocada ao vivo. Se com as expectativas altas entrei com elas preenchidas saí! A encenação é mágnifica, a representação soberba, a música fenomenal e a História tocante, envolvente e emocionante, ainda para mais para quem se identifica ideológicamente com a Annie. Queria também realçar a parte em que a actriz Ana Brandão canta a solo, para essa parte só tenho uma palavra ARREPIANTE...
Vale a pena ir ver, pena que o teatro em Portugal seja tão caro, felizmente, ainda existem algumas promoções.

quarta-feira, abril 25, 2007

terça-feira, abril 24, 2007

Sarkozy "elogia" Sócrates...

Sarkozy, político de direita, elogiou Sócrates, depois deste lhe mostrar todas as reformas que pretende fazer na Administração Pública, chegando mesmo a intitulá-lo de Blair português! Sarkozy ainda disse que se os socialistas Franceses fossem como Sócrates, ele proprio não saberia onde se posicionar políticamente em França. Sócrates aceitou o elogio e agradeceu-o como se se tratasse de uma confirmação da sua boa governação. O curioso nisto tudo, é que em 11 de Setembro de 2006, Soares em entrevista aos Prós e Contras, afirmou que Blair não é Socialista mas que Sócrates já o seria. Desta forma, só me ocorre que ou alguém anda a ver mal ou existe uma grande confusão entre o que é ser-se ou não socialista nos partidos socialistas.

sexta-feira, abril 06, 2007

No lixo o que não presta...


Joga no lixo o que não presta e não tem reciclagem possível. O Ultra-nacionalismo é uma parvoíce e o nazismo uma idiotice, só adere a elas quem não tem ocupação mais útil. Portanto, arranja uma ocupação inteligente.

quinta-feira, abril 05, 2007

A brincar....

in Público on-line

Curioso é que todos eles deram, numa reportagem sobre os Gato Fedorento, autógrafos ao senhor do PNR e aos seus filhos. Se calhar ainda não conheciam a peça!

...Se dizem algumas verdades.

terça-feira, março 13, 2007

Vergonha Nacional...

Privados abrem clínicas onde Governo fechou centros de saúde


Elsa Costa e Silva
e João Paulo Mendes
Três grupos privados e a União das Misericórdias Portuguesas são as entidades privadas e da rede social que já puseram em marcha um ambicioso programa de abertura de unidades de saúde que pretendem ocupar o vazio deixado pelo Estado ao fechar urgências, centros de atendimento permanente e maternidades.


In Diário de Notícias


Perante esta evidência, há uma questão que me coloco: Como é possível que estes grupos privados venham a ter a respectiva retribuição, se, segundo os dados do Governo, nessas localidades os atendimentos por noite eram abaixo dos dez, sendo esta uma das razões invocadas para o seu encerramento!? Ora, segundo as regras do mercado (algo que é indignificante - aplicar termos económicos a serviços como os da Saúde, tornando esta um bem comercializável.), se a procura é mínima então não compensará oferecer esse tipo de serviços, pois nenhum grupo privado abdica do seu fim, o lucro. Será hipócrita pensar o contrário! Sinceramente há aqui algo que não bate certo, existe qualquer coisa que não consigo perceber ou será que os pressupostos estão errados!?
O sr. Ministro da Saúde, o sr. Primeiro-Ministro e o Partido Socialista que respondam...

sábado, março 03, 2007

O FIM destas políticas!

Ontem foram mais de 100 mil os manifestantes nas ruas de Lisboa, quer do sector privado, assim como do sector público. Eu estive junto com os manifestantes do sector privado e tendo em conta o seu número, apercebi-me de que aquela era uma manifestação como nenhuma outra antes vista. Perante o que assisti, só alguém muito cabeçudo e autista ficará indiferente àquela demonstração de descontentamento, quer para com as políticas laborais, assim como para com as restantes políticas deste Governo, como a da saúde.
Esta manifestação foi uma mas maiores desde há 20 anos e tem a particularidade de ter como alvo um Partido que se diz socialista e praticante de medidas políticas socialistas!

domingo, fevereiro 18, 2007

As razões soltas do meu voto


Nunca votei em tal programa, porque nunca acreditei na sua isenção, nem tão pouco na sua capacidade de nos representar o Grande Português. Quando soube quem eram os 10 eleitos por quem votou, fiquei espantado com a presença entre aqueles de Álvaro Cunhal. Não me surpreendeu tanto a figura de Salazar, pois a polémica criada em torno do seu nome durante a eleição levaria certamente a tal resultado, tanto mais que, apesar de fingirmos não existirem, os fascistas continuam a fazer política de forma impune neste nosso país, inclusive, nos partidos da direita representados no parlamento nacional! Afinal Álvaro Cunhal estava entre os eleitos sem qualquer legitimidade, segundo os importantes intelectuais deste nosso país, que imediatamente o compararam a Salazar, embora no extremo oposto. Devo contudo reconhecer que me terei enganado relativamente ao programa, pois apesar de achar um absurdo tentar encontrar um Grande Português entre tantos que já existiram e num país com mais de 500 anos de história, a verdade é que o programa tem contribuído para a discussão entre os portugueses pelo menos de partes da História desta Nação. Apesar disso, nesta fase já votei e como é óbvio o meu voto foi para Álvaro Cunhal, não apenas por ser Comunista, mas pelas razões que resolvi aqui explanar. Ouve-se muita lamentação por não existirem artistas nos 10 mais, negligenciando a obra artística de Álvaro Cunhal, enquanto desenhador. Fala-se apenas de Cunhal como o político, forma como é referenciando pelo concurso, que lutou contra a ditadura fascista. É óbvio que essa é a faceta mais conhecida de Cunhal, porém, um Homem não se pode avaliar apenas por uma parte das suas acções, mas pelo conjunto delas que constituem a sua vida.

Álvaro Cunhal nasceu numa família da classe média-alta, não passavam grandes dificuldades ao contrário da maioria dos portugueses da altura. Como muitos outros, Cunhal poderia ter-se preocupado só consigo e ter vivido uma vida rica, sem que tivesse que passar por muito do que passou. No entanto, vendo o Povo a sofrer perante o poder opressivo de uma ditadura que de dia para dia prejudicava o futuro do país, Álvaro Cunhal optou por enfrentar esse poder afim de dar condições mais dignas ao Povo português. Para isso alinhou pela ideologia Comunista que até ao fim da sua vida defendeu coerentemente, acreditando no Socialismo. É então que Cunhal mostra toda a sua grandiosidade enquanto Homem e entra na dura vida da clandestinidade, quando poderia, como já afirmámos, viver em condições inacessíveis à larga maioria da população. Inconformado com a situação no país em que vivia e hipotecando anos da sua vida ele opôs-se à ditadura de Salazar. Foi graças à sua acção enquanto militante Comunista, que o regime foi enfraquecendo. Foi Ele quem organizou o Partido Comunista e o dotou duma máquina capaz de fazer abalar o poder instalado e foi por causa da sua acção e do seu reconhecimento entre os opositores ao regime, que este o perseguiu impiedosamente. Esteve preso vários anos e nem isso o fez perder a convicção de que só com uma luta organizada o Fascismo poderia cair. Lutou dentro do Partido contra uma facção que cria que o regime estava caduco e que o Partido apenas devia esperar que a ditadura por si só se desmoronasse, era a teoria da inacção, quando nada disto se fazia prever! Foi Cunhal que então apelou a acção do Partido, junto com os operários, os trabalhadores agrícolas e o restante Povo, tornando o Partido Comunista no Partido do Povo português, o único que fazia frente a um poder olhado como implacável. Muita gente afirmará, Pois mas isso foi o que ele fez pelo Partido Comunista e isso apenas é importante para os seus militantes! Nada mais errado, não fosse a grande importância da acção dos militantes do PC na luta contra a ditadura de Salazar e porventura a Revolução não teria ocorrido tão cedo. Foi o desgaste provocado pelo Partido Comunista organizado que permitiu alertar o Povo para a necessidade de uma mudança política. Porém, e como foi referido atrás, Álvaro Cunhal não foi só o politico clandestino – antes do 25 de Abril – e o político depois do 25 de Abril, mas foi também o artista, o escritor, o historiador e o grande intelectual. Apesar de preso, Álvaro nunca parou de aprender e juntamente com outros seus Camaradas, Cunhal estudou a Revolução do Mestre d’ Aviz, considerada pelos Comunistas Portugueses como a primeira Revolução em Portugal. Cunhal estudou-a para compreender a dinâmica Revolucionária de classes daquela época, para que a pudesse aplicar ao presente em que vivia. Tanto quanto sei, estes estudos têm grande importância sendo até mesmo objecto de estudo nas Faculdades no curso de História. Fez ainda uma das melhores traduções para português do Rei Lear de Shakespeare. No cativeiro a que foi submetido, Cunhal também desenhou, desenhos esses de grande qualidade artística e de grande simbolismo. Durante o tempo de masmorra Cunhal ainda teve tempo para terminar o curso de Direito e apesar de se apresentar escoltado por membros da PIDE e perante um jurí catedrático fiel ao regime, Álvaro não se intimidou e levou como tese de licenciatura “O Aborto”, isto numa altura em que se vivia sob a égide de uma Ditadura apoiada pela Igreja! Apesar da polémica do tema, que ainda hoje como é sabido foi duramente debatido, Cunhal terminou o Curso com média de 16 valores. Álvaro também escreveu romances realistas, tem uma boa obra bibliográfica, quer de romances ou contos sobre as situações pelas quais passou – alguns dos quais foram recentemente transformados em filmes e séries televisivas –, quer de livros políticos. Intelectualmente Cunhal tinha um grande reconhecimento quer Nacional, quer Internacionalmente. Álvaro tinham um grande reconhecimento entre os colegas Estudantes Universitários e era reconhecido pelo Povo, como o maior opositor de Salazar, isto internamente. No exterior Cunhal também foi reconhecido pelo Homem que era e pela sua luta. Durante a sua prisão recebeu apoio de muitos intelectuais, entre os quais Pablo Neruda que lhe dedicou um poema, no exílio, depois de três prisões, Cunhal foi recebido na União Soviética como se de um Líder Nacional se tratasse, embora a sua pátria fosse Portugal, este Pequeno país no ocidente da Europa. Teve honras de chefe de estado, recebeu casa e um carro com motorista ao seu dispor, que poucas vezes utilizou, porque a sua maneira de ser era essa mesmo, a abnegação dos bens materiais e a preocupação com os outros. Aprendeu a ler russo e a falar russo, lendo os jornais soviéticos sem necessitar de tradutor. Apesar de respeitado na URSS, Cunhal também era temido, pois a sua visão do papel da URSS no mundo não era a mesma dos líderes soviéticos. Enquanto estes pensavam que os novos países Comunistas no mundo deveriam ser satélites da URSS, Cunhal sempre defendeu a autonomia dos países Comunistas, sendo apologista de que estes pudessem aplicar um Socialismo diferente do da URSS, sem que esta interviesse.

Muito se fala do Humanismo de Aristides Sousa Mendes, mas a verdade, e não menosprezando o seu feito, é que Cunhal ao contribuir activamente para o fim da Ditadura e apelando simultaneamente para o fim da Guerra colonial terá também contribuído humanamente para a poupança de milhares de vidas humanas, porventura muitas mais do que aquelas que são atribuídas a Aristides de Sousa Mendes.

Muita gente tenta compará-lo a Salazar, afirmando que se tratava de um ditador embora de esquerda, são estes aqueles que ainda há bem pouco tempo diziam que os Comunistas comiam crianças ao pequeno-almoço. É óbvio que Cunhal terá defeitos, mas os seus defeitos confundem-se com o maior “defeito” do Partido Comunista Português. Ou seja, Álvaro preferia continuar a “apoiar” o pior dos países Comunistas, que se sabia aplicar más políticas sociais, do que lhe retirar o apoio sendo esta atitude um ponto a favor do pior dos seus inimigos, os EUA. Este, para quem não compreende, até porque é de difícil explicação, torna-se num ditador apenas porque prefere apoiar o pior dos seus amigos do que o pior dos seus inimigos. É um problema que os Comunistas sempre tiveram e sempre irão ter enquanto os seus inimigos aproveitarem essa ideia como arma política. Tem-se falado também da falta de luto por Salazar, mas o que me apercebi é que o Povo português já afastou o preconceito do comunismo como algo de mau, enquanto os docentes universitários deste país continuam, ridiculamente, a sofrerem de um anti-comunismo primário e a preverem que Cunhal seria um Ditador caso tivesse chegado ao poder!

Os Reis nasceram com essa condição que se lhes conhece, os nobres igualmente, Cunhal não, Cunhal nasceu com uma condição diferente daquela que adquiriu e teve a coragem de abdicar de uma vida normal para se pôr ao lado do Povo oprimido.

Votar em cunhal é votar num dos portugueses mais completos de sempre, é votar num homem idóneo e integro, num homem corajoso. É votar acima de tudo no próprio povo português. Quem não é o maior português de sempre senão o próprio Povo?! Votar em Cunhal é votar em todos os que contribuíram para a Revolução e que não sobreviveram para desfrutar da Liberdade, é votar no operário, no pescador, no trabalhador rural, enfim... é votar nos Trabalhadores.

Votei em Álvaro Cunhal porque falei com ele e tenho orgulho em um dia ter contactado de perto com um dos maiores Portugueses de sempre. Muito se diz sobre o Álvaro, mas o que me apercebi do meu breve contacto com ele é que o Álvaro era imponente intelectualmente, mas muito humano, acessível e afável, contudo, era essa sua imponência que criava constrangimento em quem com ele comunicava, pelo menos a mim criou.

Álvaro Cunhal foi sem dúvida o último grande Príncipe da Europa e deixou o Partido Comunista Português como o maior Partido Comunista da Europa, para além do legado de Liberdade e Igualdade ao Povo Português.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O SIM à possibilidade de opção venceu...


Estou feliz com a vitória do SIM no referendo, que acaba com anos de omissão política e legislativa de um problema que sempre afectou as mulheres portuguesas, principalmente as mais pobres. Porém, continuo a sentir-me indignado com a falta de coragem política do Partido Socialista e do seu Governo, que escondidos atrás do “pressuposto” da coerência política de terem prometido um referendo, realizaram-no gastando com isso cerca de 10 milhões de euros – 2 milhões de contos – num país que segundo os próprios tem grandes dificuldades económicas, razão que invocam para as políticas económicas e sociais que vão aplicando. Daqui depreendo que o argumento é falso, pois afinal temos 10 milhões de euros para fazer um referendo, sobre uma matéria que deveria ser tratada na Assembleia da República com base na maioria de esquerda eleita pelo povo nas eleições legislativas. Para além disso se a justificação é a coerência política, então que tivessem sido coerentes quando foram eleitos com a promessa de não aumentar os impostos e o fizeram logo que foram investidos no poder. Nessa altura tivessem feito também um referendo popular para decidir se o Povo queria que se aumentasse os impostos, ao contrário daquilo que prometeram ao mesmo.

Mas afinal dos 10 milhões de euros ainda se aproveitou qualquer coisa... felizmente!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sérgio Vilarigues

Ontem, dia 8 de Fevereiro, faleceu aos 92 anos, Sérgio Vilarigues, um dos mais destacados dirigentes comunistas em mais de oito décadas e meia de história do PCP, com uma vida dedicada à luta dos trabalhadores e do seu Partido de sempre, pela liberdade, a democracia e o socialismo.

Sérgio de Matos Vilarigues, operário salsicheiro, aderiu à Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas em 1932 e ao Partido Comunista Português em 1935.

Preso em 1934 passou pelas prisões de Peniche e Angra do Heroísmo antes de ser transferido em 1936 para o Campo de Concentração de Tarrafal donde saiu em 1940.

Participante destacado na reorganização de 1940/41, Sérgio Vilarigues passou à clandestinidade em 1942 onde se manteve ininterruptamente até Abril de 1974.

Eleito para o Comité Central no III Congresso em 1943, foi responsável, entre outras tarefas, pela Organização Regional do Algarve, do Sul do Tejo, do Norte, das Beiras e de Lisboa.
Foi responsável directo da imprensa do Partido, em largos períodos entre 1947 e 1972, perfazendo um total de 16 anos.

Membro do Secretariado do Comité Central do PCP desde 1947 foi desde o V Congresso sucessivamente reeleito para o Comité Central do PCP, para a Comissão Política e o Secretariado, tendo deixado de pertencer a estes organismos executivos em 1988, quando passou a integrar a Comissão Central de Controlo e Quadros.

Sérgio Vilarigues assumiu importantes responsabilidades ao nível dos organismos executivos do Comité Central. Foi responsável pelas relações internacionais do PCP tendo desempenhado tarefas de grande importância e significado histórico de que é exemplo a sua presença na proclamação da independência de Angola em 11 de Novembro de 1975.

Na sua condição de resistente antifascista e tarrafalista participou recentemente, a convite do governo de Cabo Verde, nas comemorações que assinalaram os 70 anos da abertura do Campo do Tarrafal.

Um dos mais destacados exemplos da resistência ao fascismo, da luta pela liberdade, democracia e transformações revolucionárias de Abril, Sérgio Vilarigues era um exemplo de relacionamento fraterno e profundamente humano, associado a uma inquebrantável combatividade e firmeza na luta política.


Curvamo-nos perante a sua memória, agradecendo o legado que nos deixou...

Obrigado Camarada... Até Sempre!

As nossas sentidas condolências à sua família.