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quarta-feira, janeiro 10, 2007

NACIONALIZE-SE!

"Tudo aquilo que foi privatizado nacionalize-se", defendeu Chávez



Susana Salvador


O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, toma hoje posse para um novo mandato, durante o qual promete levar ainda mais longe a sua política de "socialismo do século XXI" - um misto de cristianismo, comunismo e indigenismo. Para já, Chávez anunciou que pretende nacionalizar as empresas de telecomunicações e electricidade, bem como acabar com a autonomia do Banco Central.

Estes projectos serão empreendidos após a aprovação, nos próximos dias, da "mãe" de todas as leis revolucionárias, que dará ao Presidente poderes especiais para legislar de forma rápida e sem a aprovação do Congresso. Recorde-se que a Assembleia Nacional é dominada por Chávez, uma vez que a oposição boicotou as últimas legislativas.

"Tudo aquilo que foi privatizado, nacionalize-se. Vamos recuperar a propriedade social dos meios estratégicos de produção", disse Chávez na segunda-feira, durante a tomada de posse dos novos ministros. Nas vésperas do início do novo mandato, o Presidente, que venceu as eleições de Dezembro com quase 63% dos votos, empossou 15 novos ministros. A principal alteração foi a substituição do vice-presidente José Vicente Rangel por Jorge Rodríguez, tido como mais radical.

"Estamos num momento existencial da vida venezuelana. Vamos a caminho do socialismo e nada nem ninguém poderá evitá-lo", acrescentou Chávez. Entre as empresas que pretende nacionalizar está a Companhia Anónima Nacional Telefones da Venezuela, a maior do país, da qual a Telefónica espanhola detém 6,9% das acções. A principal accionista (28,5%) é contudo a empresa americana Verizon Communications. Outro grupo internacional sediado nos EUA, AES, é o dono da Electricidade de Caracas.

Além dos sectores das comunicações e da electricidade, Chávez referiu também a necessidade de "o controlo e domínio" da refinação de crude na região petrolífera de Orinoco passar para mãos do Estado. Actualmente, as refinarias são operadas pelas companhias British Petroleum, Exxon Mobil, ChevronTexaco, ConocoPhillips, a francesa Total e a norueguesa Statoil. Washington mostra-se "muito inquieta".

Outra alteração será o controlo estatal do Banco Central. "Não deve ser autónomo, essa é uma tese neo-liberal", afirmou Chávez. Um dos directores do banco, Domingo Maza Zabala, criticou a decisão, dizendo à estação Globovision que "para poder exercer as suas funções, o Banco Central tem de ser autónomo". O anúncio destas alterações provocou ontem uma queda de 10,5% na bolsa venezuelana.

in DIARIO DE NOTÍCIAS


Ora aqui está como se deve proceder! Isto sim é socialismo. Os sectores estratégicos de produção nas mãos do Estado...

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