Aqui posto de comando do Movimento das Palavras Armadas.

domingo, outubro 28, 2007

Uma adivinha...

O presidente A propõe uma nova Constituição e submete-a à votação do seu povo. O presidente B também propõe uma Constituição. Quando uma parte do povo diz não, cessa a votação. Um pouco mais tarde, esta mesma Constituição é imposta — mas sem votação. Qual dos dois é o democrata? Erraram todos. O primeiro presidente chama-se Chávez e portanto é um populista e um ditador. O segundo presidente chama-se Sarkozy e União Europeia e portanto estes são democratas. Viva a democracia! A adivinha é de Michel Collon .

Eu não diria melhor!


"Mesmo que me dê decepções o comunismo é uma convicção"

José Saramago

in Diário de Notícias

quinta-feira, outubro 25, 2007

De olhos no futuro...


sábado, outubro 13, 2007

Nobel da Literatura 2007

Doris Lessing



Britânica nascida na Pérsia (hoje Irão) e crescida na Rodésia (hoje Zimbabwe), autodidacta (abandonou a escola aos 15 anos), duas vezes casada, duas vezes divorciada, três vezes mãe, persona non grata para o apartheid da África do Sul, Doris Lessing viveu intensamente o seu tempo - colonialismo e pós-colonialismo, comunismo e pós-comunismo, a revolução sexual e os direitos das mulheres, o fascínio pela ciência e o regresso à história -, e transportou-o para tudo o que escreveu, uma observação do fundo humano na relação com o outro, o diferente.Viveu uma infância "infernalmente solitária" na Rodésia. Casou aos 20 anos para escapar, e depois escapou ao casamento (e a dois filhos). Voltou a casar com um Lessing, comunista, como ela, e deixou-o ainda antes de deixar o partido. Em 1949, aos 30 anos, mudou-se para Londres com o terceiro filho, um manuscrito e nenhum marido. Era uma rapariga do mato africano. Sabia montar capoeiras, caçar bichos, pesquisar ouro. Fugira da escola, lera por si, ia ser escritora.


In Jornal Público


Aos 87 anos, Doris Lessing foi premiada com o Nobel da Literatura

sexta-feira, outubro 12, 2007

40 anos depois da sua morte!


"Quem te abateu perdeu a guerra santa da liberdade. Fez brilhar na manhã do mundo inteiro um sol de redentora claridade: o teu rosto de Cristo guerrilheiro."



Miguel Torga

domingo, outubro 07, 2007

Desespero

Namoro, Almada Negreiros



Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.



Ary dos Santos